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Como a Europa se beneficiou com o fim da Guerra Fria — e por que agora está se rearmando

Com a invasão russa da Ucrânia, Europa busca rearmar-se e aumentar gastos com defesa, após décadas de redução. Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron destacam a urgência de fortalecer a segurança europeia e aumentar a independência em relação aos EUA.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, pediu um aumento urgente nos gastos com defesa da Europa, reconhecendo que a segurança do continente está ameaçada.

No seu discurso de 11 de março no Parlamento Europeu, von der Leyen destacou que a Europa deve assumir maior controle sobre sua própria defesa devido à invasão russa da Ucrânia e à incerteza sobre o apoio dos EUA sob o governo Trump.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também enfatizou a necessidade de aumentar a independência e a capacidade de defesa europeia, ressaltando que "o futuro da Europa não pode ser decidido em Washington ou Moscou".

Desde o fim da Guerra Fria, muitos países europeus reduziram drasticamente seus gastos militares em busca dos "dividendos da paz", priorizando investimentos sociais em vez de defesa. Esta estratégia resultou em uma dependência significativa dos EUA para segurança, com os EUA atualmente respondendo por 70% do financiamento da defesa da Otan.

Pesquisadores estimam que os países europeus acumularam US$ 1,95 trilhões em dividendos da paz desde 1991. No entanto, essa redução nos gastos com defesa gerou uma fragilidade estrutural, tornando difícil suportar uma nova ameaça, como a da Rússia.

Em resposta, a Comissão Europeia apresentou a iniciativa ReArm Europe, que busca mobilizar até US$ 868 bilhões para fortalecer a defesa. A proposta inclui:

  • Isenção do Pacto de Estabilidade para aumento de gastos militares;
  • Empréstimos para investimentos em defesa;
  • Uso de fundos existentes da UE para investimentos em defesa.

Especialistas indicam que, apesar da necessidade de aumentar os gastos em defesa, também é crucial considerar as consequências econômicas e sociais dessas políticas, assim como resolver a fragmentação da indústria de defesa na Europa.

A guerra na Ucrânia representa um ponto de virada, mostrando a urgência de uma cooperação europeia mais forte na área de segurança, enquanto se busca menos dependência dos Estados Unidos.

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