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Como a tradição soviética de informantes ressurgiu na Rússia após invasão da Ucrânia

Delações na Rússia ressurgem como ferramenta de controle social sob o regime de Putin, trazendo à tona práticas da era soviética. O caso da artista Alisa Gorshenina reflete a crescente repressão aos dissidentes e à liberdade de expressão no país.

Ex-soldado russo denuncia artista por "atos desleais"

Valentin Botsvin, um soldado russo aposentado, confessou ter denunciado a artista Alisa Gorshenina por criticar a invasão russa da Ucrânia, sem demonstrar arrependimento.

Gorshenina foi presa por 10 dias após participar de um vídeo do grupo Pussy Riot. Esta prática de delações, comum na era soviética, está ressurgindo na Rússia de Vladimir Putin.

Histórico das delações na Rússia

  • As delações se tornaram um mecanismo de controle social com a ascensão de Josef Stalin.
  • A prática tinha raízes na era czarista e se intensificou com os expurgos da década de 1930.
  • Após a URSS, evidências indicaram que muitos relatos eram fabricados.

Putin incentivou as delações, afirmando que o povo identificará os "traidores". Em nova legislação, penas de até 15 anos foram estabelecidas para quem criticasse o exército.

Delações atuais e seu impacto

  • Cerca de 1.695 pessoas estão encarceradas por motivos políticos; 3.316 enfrentam acusações penais.
  • O caso da médica Nadezhda Buyanova ilustra as consequências de delações, que levaram a penas de prisão.
  • Um estudo revelou que 24% da população estaria disposta a denunciar críticas à guerra.

Gorshenina relatou seu medo constante de ser perseguida. Apesar da opressão, se recusa a deixar a Rússia para não desistir de seus valores.

Conclusão

A repressão à liberdade de expressão e o ressurgimento das delações na Rússia mostram um ciclo histórico que persiste sob o governo atual.

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