Como aumentou a pressão contra os críticos do governo Bukele em El Salvador
El Salvador vive uma crescente repressão à liberdade de expressão, destacando prisões de críticos do governo e fuga de jornalistas. Organizações alertam sobre um clima de medo e autoritarismo sob o governo de Nayib Bukele.
Advogado critica governo e é preso
No dia 3 de junho, o advogado Enrique Anaya, que denunciava a inconstitucionalidade do segundo mandato do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, foi preso quatro dias após afirmar que quem critica o governo vai para a cadeia.
Outras prisões e um clima de medo
Menos de três semanas antes, outra advogada, Ruth Eleonora López, foi detida por enriquecimento ilícito. Além delas, aproximadamente 40 jornalistas e mais de dez ativistas deixaram o país, temendo represálias.
Reação internacional
Organizações de direitos humanos notificaram uma escalada autoritária em El Salvador. Especialistas observam que Bukele se sente respaldado pelo apoio do governo Trump, que o considera “indispensável” em sua política de deportação.
Discurso do presidente
No dia 1º de junho, Bukele declarou que não se importaria em ser chamado de ditador se isso significasse proteger a população, destacando seus resultados positivos em segurança. Ele mantém altos índices de popularidade, mas a maioria da população teme represálias por críticas.
Prisão de Anaya e López
Anaya foi enviado para prisão preventiva em 23 de junho, assim como López, que se declarou uma “presa política” por suas críticas ao governo. O regime de exceção, solicitado por Bukele, permite a prisão preventiva sem garantias constitucionais.
Êxodo de ativistas e jornalistas
Ativistas como Ingrid Escobar deixaram o país após ameaças de prisão. A Associação de Jornalistas registrou um “êxodo em massa” de cerca de 40 jornalistas, resultado de um padrão contínuo de assédio e intimidação.
Lei de Agentes Estrangeiros
A recente Lei de Agentes Estrangeiros levantou preocupações sobre a possibilidade de sufocar a sociedade civil, exigindo que organizações informem sobre suas fontes de financiamento. A ONU e a União Europeia manifestaram suas reservas sobre a nova legislação.
Consequências futuras
Analistas acreditam que a situação pode se agravar, dependendo do cenário político nos EUA, especialmente após as próximas eleições. Atualmente, as ações de Bukele refletem uma trajetória cada vez mais autoritária, respaldada pela administração americana.