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Como bombas do Irã expõem divisão entre árabes e judeus em Israel: 'Celebraram a morte da minha família'

Ataque mortal de míssil iraniano em Tamra evidencia disparidades na segurança entre comunidades árabes e judaicas em Israel. Moradores reclamam da falta de abrigos e recursos, exacerbando a sensação de vulnerabilidade e descaso.

Kasem Abu al-Hija, 67 anos, expressa sua raiva após perder quatro membros da família em um ataque de míssil iraniano em Tamra, Israel, no dia 14 de junho.

O míssil matou sua filha Manar Khatib, 45 anos; suas netas Shada, 20 anos, e Hala, 13 anos; e sua tia Manal Khatib, 41 anos. Elas estavam em um cômodo seguro, mas o míssil atingiu diretamente a casa.

Após o ataque, um vídeo viralizou, mostrando israelenses cantando em hebraico: "Que seu vilarejo seja queimado," o que gerou condenação generalizada em Israel, incluindo do presidente Isaac Herzog.

Em Tamra, a falta de abrigos antibombas é uma preocupação. A cidade, com 38 mil moradores, não possui abrigos públicos adequados, ao contrário de cidades vizinhas majoritariamente judaicas, como Karmiel.

Estudos mostram que cerca de 25% da população israelense não tem acesso a abrigos adequados, com a porcentagem subindo para 48% em comunidades não judaicas.

A disparidade de recursos entre comunidades árabes e judaicas é evidente. Os árabes israelenses, cerca de 20% da população, frequentemente se sentem tratados como cidadãos de segunda classe.

Apesar de ferramentas legislativas, como a exigência de cômodos seguros, guerreiros árabes enfrentam restrições de planejamento. Apenas 40% das casas em Tamra têm cômodos seguros.

Além disso, a pobreza na população árabe é alarmante, com 42,4% vivendo abaixo da linha da pobreza. Isto contrasta com iniciativas anteriores de desenvolvimento que têm sido gradualmente cortadas pela atual coalizão governamental de direita.

"A sociedade árabe se sente negligenciada," diz Ilan Amit, destacando as disparidades na educação e infraestrutura.

Kasem clama por um fim à guerra: "Precisamos acabar com essa guerra agora."

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