Como Cuba, que já foi país 'ateu', agora vê crescimento de evangélicos
O aumento da religiosidade nas ruas de Cuba reflete um desejo por esperança e comunidade em tempos de crise econômica. Especialistas apontam que a adesão a igrejas evangélicas tem crescido entre os jovens, especialmente após a pandemia.
Grupo de cubanos reúne-se para orar na rua em Havana
Em frente à imagem de Che Guevara, um grupo de jovens se junta na Plaza del Cristo, em Cuba, para orar, sinalizando um crescimento da fé evangélica em meio à crise econômica que afeta o país.
Cuba, que já foi na prática um "Estado ateu", apresenta um aumento no número de evangélicos, especialmente após a pandemia, com muitos jovens buscando religiosidade como forma de apoio durante a crise.
A constituição cubana de 1976 declarou a ilha como um Estado laico, mas a religiosidade nunca deixou o cotidiano dos cubanos. A aproximação entre o regime de Castro e a Igreja Católica ocorreu nas duas últimas décadas, especialmente após a visita de papas ao país.
Apesar da aparente convivência pacífica, tensões ainda existem, principalmente com padres críticos ao governo.
De acordo com especialistas, o crescimento das igrejas neopentecostais é impulsionado por influências externas e o uso das redes sociais. Este movimento se manifesta em cerimônias práticas, grupos de oração e cultos iniciados nas praças.
As novas igrejas oferecem um espaço de acolhimento e pertencimento, atraindo muitos cubanos em busca de apoio comunitário e espiritual.
Embora a prática religiosa ainda não seja oficialmente registrada em censos, a influência evangélica se torna cada vez mais visível, refletindo um contexto de mudanças religiosas e sociais em Cuba.
Conforme a posição política das igrejas evangélicas se intensifica, debates sobre temas contenciosos como gênero e educação também emergem, mostrando a diversidade de opiniões dentro do debate religioso na sociedade cubana.