Como delegada acusada de golpe planejou barrar eleitores de Lula para reeleger Bolsonaro, segundo a PGR
STF começa a julgar possíveis réus por denúncias de conspiração em eleições e omissões em ataques de 8 de janeiro. Seis figuras-chave da PRF e da segurança pública estão entre os acusados de ações para favorecer o então presidente Bolsonaro.
Operação da PRF e Acusações de Golpe:
O segundo turno das eleições de 2022 foi marcado por uma operação polêmica da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), para fiscalizar ônibus em áreas favoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente no Nordeste.
A operação violou uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), resultando em ameaças de prisão ao diretor da PRF, Silvinei Vasques, pelo então presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Dois anos depois, Vasques e outros cinco indivíduos enfrentam acusações de uma suposta trama golpista para impedir a eleição de Lula e manter Bolsonaro no poder. Entre os denunciados está a delegada da Polícia Federal, Marília Ferreira de Alencar, responsável por fornecer informações à PRF sobre municípios favoráveis a Lula.
Além disso, Alencar é acusada de não conter os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes. Ela nega as acusações e alega que sua defesa não teve acesso a diversos materiais da investigação.
O Supremo Tribunal Federal (STF) começará a julgar se há base para um processo criminal contra os denunciados por cinco crimes relacionados a ações golpistas.
Denúncias e Provas:
- Denunciados atuaram na direção de órgãos policiais e monitoramento de autoridades.
- Mensagens entre Alencar e outros denunciados indicam intenções de alterar resultados eleitorais.
- Operação PRF levou à paralisação de vários ônibus no dia da votação, com 619 abordagens.
- Relatórios de inteligência foram utilizados para mapear votos favoráveis a Lula.
A defesa de Alencar sustenta que ela atuou dentro da legalidade e que a produção dos relatórios de inteligência tinha como objetivo identificar possíveis irregularidades nas eleições.
Omissão no 8 de Janeiro:
Alencar é acusada de omissão na contenção de ataques, apesar de avisos recebidos sobre possíveis manifestações violentas. A defesa argumenta que ela apenas comunicou seus superiores e não tinha autoridade para ações diretas das forças de segurança.
Um inquérito civil sobre sua omissão foi arquivado pelo Ministério Público Federal, corroborando a defesa de sua inocência.
O STF analisará se houve irregularidades na atuação da PRF e as possíveis responsabilidades dos envolvidos.