Como é lidar com as tarifas brutais dos EUA? Pergunte à Malásia
A nova rodada de tarifas dos EUA ameaça a indústria solar na Malásia, despertando preocupação com o futuro econômico do país. Enquanto busca se fortalecer, a nação enfrenta o dilema de sua dependência em relação às cadeias de suprimento chinesas.
Empresas chinesas no Sudeste Asiático enfrentam desafios após novas tarifas dos EUA, que visam barrar produtos que chegam via terceiros. O presidente Donald Trump anunciou tarifas de 40% para coibir transbordo, impactando severamente a economia local.
No Sudeste Asiático, especialmente na Malásia, os investimentos chineses, que somaram US$ 15 bilhões em fábricas de painéis solares, estão em risco. As tarifas dos EUA, que podem chegar a 250%, resultaram na redução drástica de fabricantes de painéis solares no país.
O vice-ministro Liew Chin Tong expressou a intenção da Malásia em se tornar um centro de desenvolvimento tecnológico, não apenas de produção. As novas tarifas colocam os países da região entre a China e os Estados Unidos.
As medidas, que entrarão em vigor imediatamente, complicam a cadeia de suprimentos. A Malásia busca se adaptar, vendo empresas chinesas como aliadas para desenvolvimento de energia solar, com a meta de obter 50% de energia limpa nos próximos anos.
Empresas americanas, como Intel e Texas Instruments, continuam a investir na Malásia, enquanto os investimentos chineses moldaram o setor manufatureiro local. A Longi, principal fabricante de painéis solares ainda operando na Malásia, enfrenta dificuldades com baixa capacidade de produção.
A indústria solar malaia teve que se reinventar, focando na importação de painéis da China. Lisa Ong, da Malaysian Solar Resources, considera um possível retorno à fabricação, mas teme a competição acirrada.
A guerra comercial continua a impactar profundamente o Sudeste Asiático, com a Malásia buscando amenizar os efeitos entre as superpotências.