Como escrita à mão beneficia o cérebro e ganha nova chance em escolas
Califórnia retoma o ensino da escrita cursiva para alunos da educação básica, após sua exclusão do currículo em 2010. Especialistas destacam os benefícios dessa técnica para o desenvolvimento cognitivo e habilidades linguísticas das crianças.
A partir de 2024, crianças do primeiro ao sexto ano de escolas públicas da Califórnia (EUA) irão aprender a escrever em letra cursiva novamente.
A escrita cursiva foi removida do currículo em 2010, mas retorna em um movimento observado em mais de 20 Estados americanos.
A neurocientista Claudia Aguirre ressalta que pesquisas mostram que escrever à mão ativa caminhos neurais específicos que melhoram o aprendizado.
No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê o ensino da escrita cursiva nos primeiros anos do fundamental.
A professora Karin James da Universidade de Indiana identificou que a escrita à mão ativa regiões cerebrais cruciais para o desenvolvimento da leitura.
Pesquisas indicam que a prática da escrita cursiva pode melhorar habilidades de leitura, embora a técnica esteja se tornando rara em várias partes do mundo.
Nos EUA, o ensino da cursiva não é padronizado. Kathleen S. Wright explica que muitos estados adicionaram essa exigência, mas sem financiamento adequado.
A iniciativa californiana é considerada benéfica, principalmente após a pandemia, na busca por reduzir a dependência das telas.
Embora a cursiva ainda seja amplamente ensinada na Europa Ocidental, países como a Finlândia e o Canadá já mudaram suas diretrizes sobre o ensino da técnica.
Pesquisadores apontam que não há desvantagens em aprender a letra cursiva, e o ato de escrever melhora a memória e o aprendizado de palavras.
A especialista Kelsey Voltz-Poremba destaca a importância de equilibrar a aprendizagem de habilidades sem o uso de tecnologia.
Com reportagem de Nafeesah Allen, da BBC Future
Leia a reportagem original (em inglês) no site da BBC Future