Como está a situação em Gaza um mês após início de polêmico sistema de distribuição de ajuda humanitária
Investigação da BBC revela caos e tiroteios em locais de distribuição de ajuda em Gaza, resultando em centenas de mortes. A situação é marcada por confusão, com autoridades israelenses e do Hamas trocando acusações sobre a responsabilidade dos incidentes.
Um mês após o início das operações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), a BBC analisou vídeos que mostram incidentes de tiros durante a coleta de ajuda em Gaza, resultando em caos e pânico.
Mais de 500 mortos e 4 mil feridos foram relatados pelo Ministério da Saúde de Gaza, com a maioria das mortes atribuídas a disparos israelenses. A BBC não conseguiu determinar a responsabilidade pelas fatalidades, mas o clima permanece perigoso.
Forças de Defesa de Israel (FDI) alegam que os disparos foram "de advertência" contra "suspeitos" e acusam o Hamas de dificultar a ajuda humanitária. Em 18 de maio, Israel começou a aliviar o bloqueio de ajuda que durou 11 semanas.
Locais de distribuição foram criados e são protegidos pelo exército israelense. O Departamento de Estado dos EUA anunciou US$ 30 milhões para a GHF, a primeira contribuição direta.
A ONU condenou o plano, alegando que ele militariza a ajuda e força deslocamentos perigosos na busca por alimento. O silêncio após os incidentes fatais teve repercussão internacional.
Relatos diários referem-se a mortes de pessoas que buscam ajuda, e organizações de direitos humanos consideram os assassinatos um "provável crime de guerra".
Vídeos datados de 1 e 3 de junho mostram a população em situação desesperadora, com disparos de armas automaticamente e feridos sendo carregados.
A GHF discute "passagens seguras" para acesso à ajuda, mas muitos não têm indicações claras de segurança. Incidentes de tiroteio fora dos locais da GHF também foram relatados.
Um porta-voz da GHF disse que a organização está satisfeita com as operações, mesmo com a sugestão de aumento de segurança nas rotas.
Resumo: As operações de ajuda em Gaza enfrentam o uso de força e violência, com mortes e ferimentos contínuos à medida que desaparece a segurança na busca por alimentos. A situação permanece crítica, e a necessidade de mais auxílio é urgente.