Como mudanças climáticas ameaçam produção de charutos em Cuba
Produtores de tabaco cubanos enfrentam desafios climáticos e econômicos que afetam a popularidade dos charutos da ilha. Para mitigar a crise, agricultores buscam diversificar suas receitas atraindo turistas para suas plantações.
Charutos cubanos: reconhecimento global e desafios climáticos.
Os charutos de Cuba, uma tradição cultural, especialmente da região de Viñales, enfrentam dificuldades devido às mudanças climáticas. Localizada em Pinar del Río, essa área é conhecida por seu cultivo de tabaco de alta qualidade, mas a inconstância das chuvas e o aumento do nível do mar já afetam a produção.
Com 80% da produção vendida ao governo, os agricultores, como José Ignácio, tentam diversificar suas fontes de renda, atraindo turistas para suas plantações. Eles oferecem charutos artesanais e palestras sobre a cultura do tabaco.
Em um contexto global, as alterações climáticas impactam a produção de tabaco, levando ao aumento de preços, que subiram de US$ 4 para US$ 6 o quilo desde 2020. Fenômenos como La Niña e El Niño dificultam o cultivo.
Embora a China seja o maior produtor de tabaco, Cuba continua a ser reconhecida pela qualidade de suas folhas, que abastecem marcas renomadas como Cohiba e Montecristo.
Mas a produção cubana, de 30 mil toneladas ao ano, enfrenta desafios. Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, as áreas afetadas pela seca aumentaram em 47% em Pinar del Río. O aumento da salinidade devido ao nível do mar também prejudica as plantações.
A objecção do governo cubano à ONU menciona impactos significativos das variações climáticas, com stresse hídrico nas culturas. Especialistas afirmam que os efeitos são mais severos para estados insulares como Cuba.
A Finca La Esmeralda, um dos locais que recebe turistas, oferece charutos a preços mais baixos (US$ 10 cada), mas a crise econômica e a escassez de recursos afetam a renda e o turismo.
As autoridades cubanas buscam soluções, incluindo o desenvolvimento de variedades de tabaco resistentes ao estresse hídrico. Enquanto isso, a demanda pelos charutos cubanos se mantém alta, com a Habanos reportando lucros recordes de US$ 827 milhões em 2022.