Como o Brasil pode enfrentar a ‘Trumpulência’
Marcos Troyjo avalia que a 'Trumpulência' traz tanto riscos quanto oportunidades para o Brasil, destacando a necessidade urgente de estratégias comerciais e diplomáticas. O ex-secretário de Comércio Exterior aponta a inércia do governo brasileiro na construção de canais de negociação como um fator determinante nas atuais tensões comerciais.
‘Trumpulência’: termo definido pelo economista Marcos Troyjo como caracterizado por opulência, exuberância e turbulência.
Troyjo, ex-secretário de Comércio Exterior no Governo Bolsonaro, critica a decisão de Trump de impor tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, considerando-a como uma medida com forte motivação econômica.
Ele aponta inércia e incompetência do Governo brasileiro em negociar com os Estados Unidos, ao contrário de outros países do G20.
Impactos da ‘Trumpulência’: Embora a decisão atual seja prejudicial, Troyjo acredita que pode haver benefícios para o Brasil, como o aumento em exportações devido a embargos dos EUA à China.
O Brasil, que possui um superávit comercial com a China e um déficit com os EUA, começou com tarifas de 10%, potencialmente vantajosas para a competitividade brasileira.
Motivações das tarifas: Existem razões econômico-comerciais por trás da decisão de Trump, refletindo a distância tarifária entre os dois países.
Troyjo critica a falta de preparação do Brasil, já que outros países se engajaram em negociações com os EUA enquanto o Brasil não.
Opções para contornar a crise: Formar alianças com compradores americanos para minimizar danos e explorar novos mercados na Ásia são estratégias indicadas por Troyjo.
A situação atual requer negociações discretas para evitar que o conflito afete investimentos no Brasil, mantendo uma postura conciliatória.
Retaliação: Troyjo ressalta que o Brasil não tem o mesmo poder de barganha que a China, limitando suas opções de resposta às tarifas.
Estratégia futura: Projetar a interação do Brasil entre os blocos geopolíticos, aproveitando as vantagens de ambos, é vital para o crescimento econômico.
Por fim, Troyjo defende que a política externa brasileira deve priorizar o interesse nacional, evitando conflitos desnecessários para garantir o crescimento da renda.
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