Como o CEO da Nvidia se tornou um intermediário entre EUA e China na guerra comercial

Jensen Huang, CEO da Nvidia, anunciou a retomada das vendas de chips H20 na China, uma mudança na política do governo Trump, durante sua terceira visita ao país este ano. Ele fez um apelo por melhores laços comerciais em uma feira em Pequim, onde se reuniu com líderes como o vice-primeiro-ministro He Lifeng.

Embora Huang elimine a política de seu foco, sua posição se torna vital em um cenário onde as tensões entre Washington e Pequim se intensificam. Observadores sugerem que ele pode atuar como um canal de comunicação, similar ao que tentaram Elon Musk e Tim Cook, mas com resultados variados.

Huang argumenta que as restrições de exportação de chips apenas impulsionam o setor chinês, prejudicando o mercado de IA dos EUA. Ele está ciente das repercussões potenciais do endurecimento de políticas e acreditam que a concorrência local, como a Huawei, é crucial para os EUA na corrida pela inteligência artificial.

Além disso, Huang evita polêmicas sobre Taiwan e foca nas relações comerciais. Comentários de política geopolítica são feitos com cautela, diferentemente de Musk. Ao mesmo tempo, a Nvidia se destaca como a primeira empresa a alcançar um valor de mercado de US$ 4 trilhões.

O Ministério do Comércio da China criticou as restrições dos EUA, clamando pelo fim de uma "mentalidade de soma zero". Huang, por sua vez, desfez alegações de que influenciou a mudança na postura de Trump, afirmando: “Não acho que o fiz mudar de ideia”.

A diplomacia corporativa é essencial para o sucesso nas grandes economias globais. Huang demonstra habilidade ao navegar entre as culturas e políticas dos dois países, assim como sua popularidade nas mídias sociais chinesas, contrastando com os desafios enfrentados por outros líderes de tecnologia.