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Como o fornecimento de motores se tornou um gargalo crítico na aviação comercial

A cadeia de fornecimento da indústria aeroespacial enfrenta desafios críticos devido à alta dos preços do titânio e à instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia. As companhias aéreas e fabricantes, como Embraer e Boeing, lutam para atender a demanda por novas aeronaves e manutenção, intensificando os custos e a necessidade de modernização da frota.

Titânio, essencial na fabricação de motores de aviões, sofreu aumento de preços de 20% a 30% logo após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, impactando a indústria aeroespacial.

Fabricantes como Embraer, Boeing e Airbus enfrentam:

  • Imprevisibilidade no fornecimento, afetando planejamento e custos;
  • Aumento de preços de vários insumos e componentes;
  • Pressão para reduzir emissões de carbono.

Márcio Peppe, da KPMG, enfatiza que a renovação da frota é crucial para atender metas de emissão, mas a instabilidade no fornecimento de ligas metálicas limita a produção de novos motores.

Apenas quatro empresas dominam o mercado de motores de aviação comercial, o que intensifica a dependência do setor.

A crise está refletida em resultados financeiros das companhias aéreas. Por exemplo, a Azul registrou aumento significativo de custos e necessidade de motores reservas devido a problemas de suprimento.

Dany Oliveira destaca que a eficiência de novas aeronaves é essencial no Brasil, onde o custo do combustível de aviação é elevado. A decisão sobre a composição da frota é influenciada por vários fatores, incluindo custos e tecnologia.

O CEO da Latam, Jerome Cadier, observa que a produção e entrega de aeronaves não retornaram aos níveis pré-pandemia, resultando em falta de manutenção de motores.

Com um backlog de 17.000 aeronaves, a recuperação total do setor pode levar três a cinco anos, devido a gargalos na cadeia de suprimentos e mão de obra desde a pandemia.

Peppe ressalta ainda que a guerra comercial e tarifas dos EUA afetam toda a cadeia de produção. A superação da crise dependerá de esforços coordenados entre governos e indústria, com investimentos e inovações.

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