Como o governo brasileiro pretende reagir às tarifas de Trump? Veja a avaliação e os planos em Brasília
Brasil lamenta decisão dos EUA sobre tarifas e busca alternativas para minimizar impactos. Governo avalia recorrer à OMC e considera retaliar caso negociações não avancem.
Reação do Brasil às tarifas dos EUA:
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota quase três horas após o anúncio das “tarifas recíprocas” do presidente dos EUA, Donald Trump.
Os EUA impuseram uma alíquota mínima de 10% para todos os países, enquadrando o Brasil nesse nível mais baixo, mas mantendo aço e alumínio com alíquotas de 25%.
A nota lamenta a decisão e afirma que o Brasil está avaliando possibilidades para “assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”. O governo está aberto para dialogar e tenta reverter as medidas adversas.
- Possível recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC).
- Consulta ao setor privado para defender interesses dos produtores brasileiros.
O governo destaca que o projeto de Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovado, permitindo a adoção de medidas recíprocas em resposta a tarifas elevadas.
A prioridade é alcançar um acordo com os EUA. Se não houver sucesso, o Brasil considera:
- Elevar tarifas sobre produtos importados dos EUA;
- Aumentar tributos sobre produções como filmes e musicais;
- Quebrar patentes de medicamentos.
Interlocutores afirmam que o Brasil foi menos afetado em comparação a países como a China (34%), Vietnã (46%) e a União Europeia (20%).
As manifestações do governo antes do anúncio foram de apreensão. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre os desafios globais, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet, alertou sobre possíveis efeitos negativos na inflação mundial.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, dialogou com o representante de Comércio dos EUA sobre um sistema de cotas para aço e alumínio.
No comércio Brasil-EUA, os americanos têm superávit de mais de US$ 58 bilhões de 2019 a 2024. O Brasil pretende usar esse dado nas negociações, apontando que a alegação de um desequilíbrio não reflete a realidade.