Como pesadelos frequentes podem encurtar sua vida em alguns anos
Pesquisa revela que pesadelos frequentes podem triplicar o risco de morte prematura em adultos. Estudo aponta que o estresse contínuo e a interrupção do sono profundo são fatores que aceleram o envelhecimento biológico.
Acordar de um pesadelo pode ter consequências sérias: adultos que têm pesadelos toda semana têm quase três vezes mais chance de morrer antes dos 75 anos em comparação com aqueles que raramente os experienciam.
Dados de quatro grandes estudos de longo prazo nos EUA, envolvendo mais de 4 mil pessoas, revelaram que 227 participantes morreram prematuramente durante 18 anos de acompanhamento.
A pesquisa mostra que mesmo após levar em conta fatores de risco comuns, pesadelos frequentes apresentam risco de morte precocemente similar ao do tabagismo intenso.
Os pesquisadores também avaliaram relógios epigenéticos, indicando que pessoas com pesadelos semanais eram biologicamente mais velhas do que suas idades reais, com o envelhecimento acelerado representando 39% da relação entre pesadelos e mortalidade.
Causas: Os pesadelos ocorrem durante o sono REM, onde há um aumento de hormônios do estresse, afetando o corpo ao longo do dia. Isso provoca inflamação, eleva a pressão arterial e pode acelerar o envelhecimento celular.
Embora seja uma nova perspectiva sobre a saúde, estudos anteriores já ligaram pesadelos a maiores chances de demência e Parkinson.
Aproximadamente 5% dos adultos relatam pesadelos semanais, e 12,5% mensalmente. As descobertas sugerem que pesadelos poderiam ser um alvo para saúde pública.
Terapias: Intervenções, como terapia cognitivo comportamental (TCC) e técnicas para reescrever sonhos, mostraram eficácia na redução de pesadelos.
Entretanto, os relatos dos participantes e a amostra principalmente de americanos brancos levantam questões sobre a aplicabilidade dos resultados. O estudo ainda não passou por revisão por pares.
Se confirmado, isso poderá levar médicos a questionarem sobre pesadelos durante consultas, apresentando uma oportunidade para acrescentar anos à vida e melhorar o sono.
Artigo de Timothy Hearn, professor de bioinformática na Universidade Anglia Ruskin, publicado no The Conversation.