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Como prisão de brasileira nos EUA revelou que ICE monitora secretamente mensagens da polícia

Investigação revela que a prisão da jovem brasileira foi resultado de informações compartilhadas por um policial em um grupo de comunicação monitorado pelo ICE. Caroline, que estuda na Universidade de Utah, passou quase duas semanas detida e agora enfrentará as consequências legais do caso em Salt Lake City.

Investigação interna da polícia do Colorado: a brasileira Caroline Dias Gonçalves, de 19 anos, foi presa em 5 de junho nos EUA após informações sobre ela serem compartilhadas em um grupo no aplicativo Signal. O grupo era monitorado pelo Serviço de Imigração e Alfândega americano (ICE).

Caroline foi solta sob fiança em 18 de junho e deverá responder ao caso em Salt Lake City, Utah, onde estuda.

O monitoramento foi revelado em um comunicado do Gabinete do Xerife do Condado de Mesa, que afirmou não ter conhecimento do uso do grupo para assuntos imigratórios. O investigador Alexander Zwinck compartilhou informações num esforço contra o tráfico de drogas.

A abordagem ocorreu após Caroline ser parada por uma pequena infração de trânsito. Em poucos minutos, ela foi detida pelo ICE, passando quase duas semanas em um centro de detenções.

Preocupações legais: Jonathan M. Hyman, advogado de Caroline, expressou dúvidas sobre a conformidade da abordagem com a legislação do Colorado, que proíbe investigação de status migratório em interações policiais.

O Gabinete do Xerife reforçou que o uso de informações pelo ICE infringiu a legislação e uma investigação interna está em andamento.

Filmagens do incidente: Imagens da câmera corporal do policial mostram a abordagem e revelam perguntas sobre a origem de Caroline.

Contexto: A prisão ocorre em meio ao endurecimento das políticas de imigração nos EUA. Cerca de 51 mil imigrantes indocumentados estavam detidos, e muitos não têm antecedentes criminais.

Caroline vive nos EUA desde os 7 anos e estuda com uma bolsa da TheDream.US. Sua família pede asilo e aguarda decisão, enfrentando situações de violência no Brasil.

Após a detenção, amigas de Caroline organizaram um crowdfunding para cobrir custos legais. A TheDream.US lançou um abaixo-assinado por sua liberdade, reunindo quase 7 mil assinaturas.

Gaby Pacheco, CEO da TheDream.US, destacou a gravidade da situação de imigração atual, considerando-a “grave e cruel”.

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