Como Reino Unido e UE se reaproximaram em sigilo no pós-Brexit
Acordo pós-Brexit gera tensões entre governo britânico e críticos eurocéticos, enquanto Starmer busca um novo caminho nas relações com a UE. Negociações chegaram a um resultado, mas deixaram insatisfação de ambos os lados e alertas sobre a falta de compromisso britânico.
Sir Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, busca superar disputas do Brexit, mas enfrenta críticas de Boris Johnson, arquiteto da saída da UE, que o chamou de "cego algemado".
Apesar das reações negativas, o governo britânico afirma que o novo acordo com a UE, apresentado em 19 de maio, é uma negociação bem-sucedida e posiciona o Reino Unido de forma segura em meio a incertezas globais.
O pacto, que abrange temas de defesa e pesca, foi resultado de meses de negociações sigilosas e incluiu acesso temporário de pescadores europeus às águas britânicas até 2026.
Enquanto deputados do Partido Trabalhista criticaram a falta de preparação de Starmer para o anúncio, aliados defenderam que a divulgação antecipada enfraqueceria as negociações.
O acordo também trouxe um esquema de mobilidade jovem, mas Starmer enfrentou críticas por ceder em um tema sensível relacionado à imigração, gerando insatisfação tanto na UE quanto entre conservadores.
A França e outros estados membros da UE expressaram preocupações, exigindo garantias permanentes em troca de acesso, enquanto diplomatas europeus alertaram sobre a possibilidade de o acordo fracassar.
A fase final das negociações incluiu videoconferências com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o acordo foi finalizado na madrugada de segunda-feira.
Starmer e von der Leyen destacaram o início de um novo capítulo na relação entre o Reino Unido e a UE, mas há ceticismo sobre a estabilidade e a eficácia desse acordo, principalmente devido aos desafios internos do Partido Trabalhista.