Como Trump decidiu atacar o Irã? Os vaivéns, confusão e desorientação nos bastidores da operação
Trump decide atacar o Irã após semana de incertezas, manobras políticas e pressões internas. A operação militar resulta em uma batalha complexa, destacando as divisões entre os assessores e a reação internacional.
Na tarde de quinta-feira, Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, leu uma mensagem do presidente Trump sobre as possiblidades de negociações com o Irã.
Trump tomaria uma decisão sobre atacar o Irã “nas próximas duas semanas”. Ele estava enfrentando pressão da ala não intervencionista do partido Republicano e almoçou com Stephen K. Bannon, um crítico de bombardeios.
No entanto, Trump já havia praticamente decidido bombardear as instalações nucleares iranianas. Em menos de 30 horas após a declaração de Leavitt, ele ordenou um ataque militar, iniciando um novo conflito no Oriente Médio.
Durante oito dias caóticos, facções dentro do governo disputaram a direção a ser tomada, enquanto Trump parecia indeciso, alternando entre diplomacia e guerra.
Trump fez declarações bombásticas nas redes sociais, como “Todos devem sair de Teerã!”. Isso gerou preocupação no Pentágono sobre avisos dados ao Irã.
O planejamento do ataque estava avançado, com tanques e caças posicionados para proteção das forças americanas. A declaração de “duas semanas” aparentava dar espaço para negociações, mas, na verdade, era uma manobra.
No dia seguinte, Trump admirava as operações militares israelenses e considerava a utilização de bombardeios pesados sobre Fordow, a instalação iraniana de enriquecimento de urânio.
Enquanto a equipe monitorava a reação pública e a opinião dos críticos, Trump parecia cada vez mais inclinado a atacar. Seus assessores estavam divididos, com muitos acreditando que um ataque era iminente.
No dia 17 de junho, Trump fez postagens afirmando ter controle sobre o Irã e exigiu rendição incondicional, mesmo enquanto reconhecia a necessidade de evitar uma guerra de “mudança de regime”.
Um ataque militar complexo se iniciou, com bombardeios B-2 lançando 30 mísseis Tomahawk contra instalações iranianas. Os bombardeiros lançaram bombas GBU-57 sobre Fordow, em uma operação sem precedentes desde 1979.
Ao final, Trump fez um discurso celebrando a missão como um “sucesso”, mas autoridades moderaram o otimismo, indicando que as instalações não foram totalmente destruídas.
Apesar do sucesso inicial, Trump sugeriu uma mudança de regime ao afirmar que o atual governo iraniano não era capaz de "tornar o Irã grande novamente".