Como Trump influencia eleições de outros países —e ajuda seus opositores

Desde a posse de Donald Trump, influências nas eleições estrangeiras têm sido notórias: candidatos opositores em países como Canadá e Austrália estão ganhando força.

Um destaque é o caso de Mark Carney, que se tornou premiê do Canadá após a renúncia de Justin Trudeau. A decisão de Trudeau ocorreu devido à baixa aprovação de seu partido, o Liberal.

No entanto, Trump ameaçou anexar o Canadá e impôs tarifas de importação. Esses episódios geraram um senso de patriotismo, ajudando os liberais a recuperar a popularidade. Segundo o professor Mauricio Moura, a associação ao Trump prejudicou o Partido Conservador, afetando a dinâmica eleitoral.

Na Austrália, os conservadores também estavam à frente nas pesquisas, mas elogios a Trump resultaram em uma virada, com trabalhadores conquistando a maioria nas eleições.

No caso da Alemanha, o partido de extrema-direita AfD perdeu suporte após pessoalidades como Musk e JD Vance promoverem o partido, terminando em segundo lugar e fora do governo.

Efeito mesmo sem eleições: Líderes, como Volodymyr Zelensky da Ucrânia e Claudia Sheinbaun do México, ganharam popularidade ao se oporem a Trump, mesmo fora de campanhas eleitorais.

Moura destaca que a presença de Zelensky na Casa Branca com Trump ajudou a elevar sua popularidade em 20 pontos percentuais.

'Champions League' da atenção: A guerra comercial de Trump gera atenção significativa, atraindo a mídia e chefes de Estado. Moura cita o livro de Michael Wolff, que apresenta Trump como alguém que precisa estar no centro das atenções, garantindo visibilidade através das tarifas.