‘Companheiros em Brasília ficam 24h monitorando’; mensagens entregaram sobrinho de governador do TO
Conversa entre desembargador e advogado revela esquema de venda de decisões judiciais no STJ. Investigação da Polícia Federal mira também o procurador de Justiça do Tocantins.
Operação Máximus investiga esquema de comércio de decisões judiciárias no Tocantins.
Conversas do desembargador Helvécio de Brito Maia Oliveira revelaram indícios de envolvimento do advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho e do procurador Ricardo Vicente da Silva em vazamento de processos sigilosos.
A operação, deflagrada em agosto de 2024, culminou na prisão de Thiago em 18 de fevereiro de 2025 e em buscas ao procurador.
O ministro Cristiano Zanin relatou que mensagens indicam "uma trama" que envolve servidores do STJ para acesso indevido a dados sigilosos.
Thiago alertou o desembargador sobre uma investigação sigilosa e admitiu acesso a informações através de "companheiros" em Brasília.
O advogado, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, mencionou ter vazado uma investigação ao tio e buscado apoiar o governador em questões de colaboração premiada.
Ao autorizar a operação, Zanin classificou a prisão de Thiago como "indispensável" devido ao seu acesso a inquéritos sigilosos.
O ministro afastou Thiago de seu cargo no gabinete do procurador e proibiu o contato entre os dois, além de apreender seus passaportes.
O Estadão busca contato com as defesas dos envolvidos.