Conclave: Juan José Omella, de padre de aldeia na Espanha a cardeal
Cardeal Omella se apresenta ao conclave com um plano de humildade e reflexão. Ele enfatiza a importância de uma Igreja inclusiva e missionária, enquanto descarta a possibilidade de se candidatar a papa.
Cardeal Juan José Omella, da Espanha, chegou ao conclave com uma folha em branco e a certeza de que não se veria como substituto do papa Francisco.
Com quase 80 anos, Omella é padre há mais de cinquenta anos, tendo sido pároco em um vilarejo com menos de 4.000 habitantes. Ele expressou, em entrevista, que não desejava ser mais que um padre de aldeia.
Em 1996, foi missionário no Zaire, tornando-se bispo auxiliar de Saragoça e, posteriormente, arcebispo de Barcelona. Nomeado cardeal em 2017, ele assessora o papa em assuntos governamentais desde 2023.
Omella nasceu em 21 de abril de 1946 em Cretas, Aragão. Ordenado em 1970, estudou em Saragoça, Louvain e Jerusalém, tornando-se arcebispo de Barcelona em 2014. Sua conexão com a língua catalã facilitou seu trabalho na região.
Durante seu mandato, enfrentou a tentativa separatista na Catalunha, que não resultou em acordos com o papa Francisco.
Ele lidera sua arquidiocese de forma tranquila, mesmo diante de críticas de extremistas. Espera que sua renúncia por idade seja aceita pelo novo papa.
Omella se descreve como moderado e discreto, afirmando que vai ao conclave disposto a escutar e aprender: "Vou com meus olhos abertos, meus ouvidos abertos, meu coração aberto."
Sobre o futuro papa, declarou que o importante não é se ele é progressista ou retrógrado, mas sua fidelidade ao Evangelho. Ele defende uma Igreja aberta e missionária, próxima aos pobres e acolhedora.
Confrontado com a possibilidade de ser o próximo papa, ele é pragmático: "Vamos ver o que acontece, não vou votar em mim mesmo."