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Conclave marca avanço das ordens religiosas na cúpula da Igreja

Conclave histórico marca a inclusão de 33 cardeais de ordens religiosas, trazendo novas perspectivas para a sucessão papal. Essa reconfiguração da liderança eclesial reflete uma ênfase na escuta comunitária e na missão colaborativa.

Conclave histórico da Igreja: iniciado em 7 de outubro, reúne 133 cardeais eleitores, dos quais 33 pertencem a ordens religiosas, representando um quarto do total.

A presença significativa de religiosos reconfigura a sucessão papal. Ao contrário dos clérigos diocesanos, que atuam em estabilidade pastoral, os membros de ordens religiosas vivem sob votos e trabalham em comunidades fraternas, respondendo a superiores e seguindo carismas.

A formação desses cardeais valoriza o discernimento coletivo e a escuta das realidades locais, enquanto os padres diocesanos têm um foco mais administrativo. A inclusão dos religiosos introduz uma nova forma de pensar a autoridade na Igreja.

Todos os cardeais eleitores foram nomeados por Francisco e participam pela primeira vez de um conclave. Seu hábito de processos deliberativos e escuta comunitária, conforme proposto em documentos como Evangelii Gaudium, proporciona um modelo de governança mais colaborativo.

Historicamente, o papado era dominado por padres diocesanos. Francisco é o primeiro papa jesuíta, e antes dele, apenas Gregório XVI não era diocesano no século XIX.

Entre os religiosos com direito a voto, destacam-se Fridolin Ambongo (Congo), Ángel Fernández Artime (Espanha), Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo) e Pierbattista Pizzaballa (Itália), todos com trajetórias fora dos eixos clássicos do Vaticano.

Embora haja dissonâncias sobre temas como sinodalidade e moral, eles compartilham um ethos de autoridade ligada à escuta e liderança pautada na experiência social.

O pontificado de Francisco reposicionou a vida religiosa na liderança eclesial, e a atual composição do colégio reflete uma mudança significativa na gramática da autoridade.

A sucessão de Francisco representa uma transição entre diferentes visões de governo da Igreja, com a presença dos religiosos como um elemento central e duradouro.

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