Condições financeiras mais apertadas devem permitir que BC comece a cortar juros em dezembro, diz BofA
Bank of America aponta que juros elevados e aumento do IOF pressionam a economia brasileira. Economistas projetam que a atividade deve desacelerar até o final de 2025, influenciando decisões do Banco Central.
Condições financeiras no Brasil estão mais apertadas que há 12 meses, segundo o Bank of America (BofA).
No relatório publicado nesta terça-feira, os economistas David Beker, Natacha Perez e Gustavo Mendes ressaltam:
- Juros locais mais altos refletem ruídos na política fiscal.
- Percepção de risco elevada contribuir para um ambiente financeiro restritivo.
- Expectativa de que a atividade desacelere no segundo semestre.
O aumento do Imposto sobre Transações Financeiras (IOF) é destacado como um fator importante:
- Endurece as condições financeiras ao aumentar o custo do crédito.
- Fortalece a justificativa para manter os juros na próxima reunião do Banco Central (BC) em junho.
As taxas de juros reais estão acima de 7% desde junho de 2024, superando o nível neutro de 5,0% considerado pelo BC.
O documento ainda aponta que as altas taxas de juros e um melhor sentimento local contribuíram para a valorização do câmbio brasileiro, com o dólar atualmente em torno de R$ 5,70.
O câmbio ainda enfrenta desafios devido a preocupações fiscais, com o dólar tendo estado acima de R$ 6 no início do ano.
Como fator positivo para o câmbio, destaca-se o enfraquecimento do dólar em relação a mercados emergentes e desenvolvidos após tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.