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Confiança democrática: o Brasil acredita no jogo, mas não nos juízes?

Estudo revela que, apesar de amplo apoio à democracia, a insatisfação com suas instituições cresce no Brasil. A confiança nas lideranças políticas e judiciárias é fundamental para o fortalecimento do regime democrático.

Estudo da Ipsos-Ipec revela descontentamento dos brasileiros com a democracia, apesar do apoio teórico ao regime. Apresentado no XI Congresso Wapor Latinoamérica, o diagnóstico destaca o descompasso entre preferências democráticas e confiança nas instituições.

A pesquisa, que analisa dados de 1995 a 2024, mostra que o apoio à democracia no Brasil está acima de 60 pontos na escala de 0 a 100. Contudo, a satisfação com seu funcionamento permanece abaixo de 40 pontos.

Esse cenário retrata um fenômeno de apoio “condicional” à democracia, onde a aceitação do regime não se traduz em resultados satisfatórios. A falta de confiança em instituições como o Governo Federal, Poder Judiciário e TSE impacta a percepção democrática. A confiança geral nas instituições, por sua vez, está em níveis baixos, com índice de 42 pontos em 2024, o menor desde 2018.

O desafio atual é reverter o sentimento de desconfiança nas regras democráticas. A ideia de que “a democracia é boa, mas não funciona” alimenta discursos populistas. A falta de confiança não se resolve apenas com marketing; exige transparência, resultados concretos e diálogo com a sociedade crítica.

O estudo ressalta que o Brasil já entende a importância da democracia. O país, no entanto, precisa demonstrar, na prática, que o regime ainda é viável. O futuro das instituições centrais da República é crucial para restabelecer essa confiança.

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