Confisco da poupança por Collor completa 35 anos
Fernando Collor de Mello implementou medidas severas no início de seu governo, incluindo o confisco de poupanças. A ação resultou em tumultos sociais e econômicos, com falências e aumento da inflação.
Fernando Collor de Melloconfisco de valores acima de 50.000 cruzados novos em contas bancárias, o que gerou grandes consequências econômicas.
O Plano Brasil Novo, ou Plano Collor, foi a 4ª estratégia econômica do país em apenas 5 anos. No mesmo dia, foram liberadas dezenas de medidas que afetaram contas correntes, poupanças, e outros investimentos.
Ao todo, os valores bloqueados ficariam retidos por 18 meses, com juros e correção monetária. O plano levou a falências de empresas e até casos trágicos de suicídio devido ao bloqueio das reservas.
O feriado bancário foi determinado pelo Banco Central, e o bloqueio efetivo teve início no dia 19 de março, gerando filas em agências e uma queda de mais de 20% no Ibovespa nos dias subsequentes.
O economista Carlos Eduardo Carvalho explica que o plano buscava estabilizar a economia por meio de um "choque", após o fracasso do Plano Cruzado, que havia congelado preços. No entanto, o confisco atingiu principalmente a classe média e causou uma onda de falências.
A iniciativa falhou devido à retirada do capital de giro das empresas, resultando em demissões e aumento da inflação. O PIB brasileiro caiu 4,33% em 1990, a maior queda do século 20.
Em 2017, o Idec, a Febrapo e a Febraban firmaram um acordo para ressarcir os afetados pelos planos econômicos dos anos 80 e 90. O acordo foi homologado pelo STF em 2018 e, devido à baixa adesão, foi prorrogado até junho de 2025.
Em maio de 2020, Collor pediu desculpas ao povo brasileiro pelo confisco de 1990, reconhecendo o impacto negativo da medida.