Congelamento de gastos evita impacto do IOF na taxa neutra, diz BC
Gabriel Galípolo comenta efeitos da derrubada do decreto do IOF e a necessidade de maior congelamento de gastos para evitar impactos negativos na taxa de juros neutra. Ele ressalta a importância do debate fiscal e a busca por soluções sustentáveis na gestão da dívida pública.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, declarou em 26 de junho de 2025 que a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF não deve impactar a taxa de juros real neutra, atualmente em 5%.
Galípolo ressaltou que, para evitar danos, o governo precisará implementar um congelamento maior dos gastos. Ele afirmou: “na ausência do IOF, teria que se fazer um bloqueio e contingenciamento ainda maior”.
O presidente do Banco Central afirmou que os efeitos na inflação e nas expectativas só poderão ser avaliados com o tempo. Ele elogiou a disposição do governo e dos líderes políticos em buscar soluções para a sustentabilidade fiscal.
Galípolo também apresentou o Relatório de Política Monetária, aumentando a previsão de crescimento do PIB de 1,9% para 2,1% e reduzindo a estimativa para a inflação de 5,1% para 4,9% em 2025.
O cenário fiscal é preocupante, com expectativa de déficit primário de 0,6% do PIB e a dívida pública subindo para 80,2% do PIB. O governo federal registrou um superavit primário de R$ 74 bilhões no 1º quadrimestre de 2025.
Após uma reação negativa à MP que aumentou impostos e revogou parte do reajuste do IOF, o Congresso derrubou o aumento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera o projeto de revogação “flagrantemente inconstitucional”.
Em janeiro, o presidente Lula afirmou que não haverá cortes de gastos, reforçando seu compromisso com a responsabilidade fiscal.