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Congresso esvaziado desde fevereiro emperra pautas do governo Lula

O Congresso Nacional enfrenta um "recesso branco" devido à ausência dos presidentes das Casas e à baixa mobilização dos parlamentares. A falta de atividades legislativas compromete a discussão de pautas importantes, como a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.

BRASÍLIA – A Câmara e o Senado ficaram praticamente vazios na última semana.

Os presidentes das duas Casas – Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado) – viajaram para o exterior.

O Congresso enfrentou um “recesso branco”, similar às férias informais de meio de ano. Apenas alguns depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets e uma audiência com o Ministro da Previdência movimentaram os poucos parlamentares que permaneceram em Brasília.

Desde o início do ano, houve poucas semanas de funcionamento pleno, afetando pautas do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como a proposta de isenção de Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil.

“O excesso de feriados e a ausência dos presidentes interferiram na agenda”, explica Cristiano Noronha, da Arko Advice. Segundo ele, a agenda governamental está modesta, apesar do Congresso ser mais independente.

Antônio Augusto de Queiroz, da Consillium, destaca que os presidentes estão equilibrando diversos apoios políticos, o que gera paralisia. A pauta é dominada pela crise do Pix e do INSS, além de constantes viagens dos presidentes.

Tem havido um embate entre o Parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro e as emendas parlamentares.

Analistas acreditam que as articulações sobre a CPMI do INSS dominarão a pauta nas próximas semanas, reduzindo discussões sobre a anistia.

Queiroz afirma que a CPI é inevitável e que as fraudes do INSS emergem sob a gestão atual, com potencial para desgastar o governo. Noronha observa que a pressão por uma sessão para instalar a CPMI será intensa.

Ambos concordam que a repercussão dessas investigações pode afetar a atual administração mais que a anterior.

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