Congresso tem 19 propostas para barrar aumento do IOF — até de aliados do governo
Propostas no Congresso sinalizam resistência ao aumento do IOF e evidenciam a divisão da base governista. A reação contra a medida reflete preocupações sobre a arrecadação e o impacto político em um ano eleitoral.
Aumento do IOF gera reação no Congresso
Desde o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo governo Lula na última quinta-feira (22), o Congresso Nacional registrou 19 propostas para derrubar a medida.
A maioria das iniciativas é liderada por parlamentares da oposição, especialmente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, há resistência também entre aliados do governo, como o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Das 19 propostas, 18 tramitam na Câmara dos Deputados e 1 no Senado, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN). Todas aguardam despacho dos presidentes das casas legislativas.
O decreto visa aumentar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões a partir de 2026, mas provocou forte reação política e críticas do mercado. As novas alíquotas afetam operações cambiais e aplicações financeiras no exterior.
O governo revogou um dos pontos polêmicos que aumentava o IOF sobre aplicações de fundos nacionais no exterior, mantendo a alíquota zerada. Contudo, mantiveram-se as alíquotas elevadas para a compra de moeda estrangeira (de 1,1% para 3,5%) e planos de previdência (VGBL) com aportes acima de R$ 50 mil, que agora são tributados em 5%.
A movimentação no Congresso revela a crescente pressão política sobre a área econômica do governo, que enfrenta o desafio de cumprir a meta de déficit zero em 2025. A base governista está dividida: uma parte defende a arrecadação como responsabilidade fiscal, enquanto outra teme o desgaste político em ano pré-eleitoral.