Conselho de Ética aprova cassação de Glauber Braga e deputado inicia greve de fome
Glauber Braga inicia greve de fome em protesto contra a cassação de seu mandato. O deputado alega manobras políticas por parte de adversários para garantir sua expulsão da Câmara.
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por 13 a 5 votos, nesta quarta-feira (9).
Braga anunciou que iniciará uma greve de fome e permanece no Congresso até a finalização do processo. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter expulsado, aos chutes, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) em 2024.
Glauber criticou o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acusando-o de agir nos bastidores para garantir sua cassação. Em discurso, afirmou: “Eu não vou ser derrotado por Arthur Lira”.
A sessão de votação teve polêmicas e trocas de insultos, durando quase seis horas. Glauber foi interpretado como ameaçando renunciar, mas declarou que não desistirá do mandato.
A Deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) defendeu que outros membros do partido permaneçam no Congresso com Glauber. Acusações de uma manobra para apressar a votação surgiram entre correligionários.
Os líderes do PSOL e PT relataram que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não atendeu comunicações, contrariando acordos anteriores. A votação pela cassação começou às 18h20.
O processo foi instaurado em 2024, após Glauber expulsar Gabriel Costenaro do MBL, que fez insinuações sobre sua mãe, já enferma. Glauber reiterou que o relatório foi “comprado” por Lira.
Esse foi o segundo caso de cassação nesta legislatura, a primeira foi de Chiquinho Brazão no ano anterior. Apenas um deputado votou contra a cassação e um se absteve.
O processo contra um deputado preso continua sem votação no plenário, acumulando custos para a Câmara desde março de 2024.