Consignado do INSS: fraudadores usavam até 'selfies' de redes sociais para liberar empréstimos
Fraudes aumentam com uso inadequado de selfies para empréstimos consignados. Governo implementa bloqueio automático e exige reconhecimento facial para novas contratações no INSS.
Fraudes por meio de selfies em empréstimos consignados do INSS
Fraudadores têm utilizado selfies coletadas de redes sociais e fotografias vazadas para contratar empréstimos consignados sem o consentimento de aposentados e pensionistas do INSS. O problema cresceu durante a pandemia e gerou disputas judiciais.
Em resposta, o governo decidiu bloquear automaticamente novos empréstimos consignados para beneficiários do INSS. A partir de agora, novos contratos precisam de autorização prévia por reconhecimento facial no aplicativo Meu INSS.
A assinatura por biometria facial é legal, mas a checagem de vivacidade nem sempre é realizada adequadamente. Especialistas relatam que vítimas frequentemente não percebiam a fraude até ver descontos em suas aposentadorias.
Um caso em Goiás ilustra a situação: uma beneficiária foi induzida a acreditar que receberia uma restituição e acabou contratando um empréstimo de R$ 6.288,98. O banco foi condenado a restituir a quantia e pagar danos morais.
Outro caso em São Paulo envolveu uma aposentada analfabeta que teve valores descontados com base em um contrato assinado por selfie. O banco foi condenado a devolver R$ 4.489,93.
Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou falhas no sistema de consignações, com um aumento significativo no total de empréstimos consignados entre 2021 e 2023.
Os golpistas, muitas vezes, abordam as vítimas com falsas promessas, tiram fotos e usam essas imagens para validar empréstimos. Especialistas recomendam não permitir que desconhecidos tirem fotos, sugerindo que a biometria facial deve ser feita apenas em canais confiáveis.
A advogada Lays Ansanelli destaca que o uso de selfies para contratações irregulares aumentou após a pandemia, associando isso ao vazamento de dados. A revalidação de fraudes continua sendo um problema sério, com a Justiça reconhecendo o direito à suspensão de descontos indevidos em casos de fraude.
Pesquisadores sugerem cautela ao compartilhar informações pessoais e reforçam a importância de verificar a segurança dos sites que solicitam dados biométricos.