Consignado privado lançado pelo governo tem impacto menor do que esperado, informa BC
O Comitê de Política Monetária aponta que restrições na implementação do consignado privado e a alta das taxas de juros contribuem para a moderação na concessão de empréstimos. O cenário atual revela um aumento na inadimplência e um maior comprometimento da renda das famílias com dívidas.
O consignado privado, lançado em março pelo governo, teve um impacto menor do que o esperado pelo mercado, conforme informaram os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira, 5.
Os diretores do Banco Central (BC) apontaram que o calendário de implementação da linha de crédito, com restrições na contratação de empréstimos, foi um dos fatores que resultaram em um desempenho abaixo do projetado.
A análise do mercado de crédito no Brasil mostrou que a concessão de empréstimos está moderada e mais sensível às condições financeiras.
- Recuo nas concessões de crédito livre;
- Elevação nas taxas de juros e inadimplência;
- Aumento do comprometimento da renda familiar com dívidas;
- Aprofundamento do fluxo de crédito negativo (mais pagamento do que contração de dívida).
Os juros altos no consignado privado também têm inibido a contratação de empréstimos, com taxas próximas a 5% ao ano, segundo simulações da EXAME.
Esse assunto foi discutido em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula Silva e sua equipe econômica, onde Lula pediu taxas menores para acelerar a concessão de crédito.
Conforme dados do Ministério do Trabalho, até 25 de julho, foram emprestados R$ 21 bilhões em consignado privado para mais de 3 milhões de trabalhadores.