Consultoria projeta mais expansão da classe média até 2034
Estudo aponta que Brasil deve ter 54,8% de domicílios na classe média até 2034. Expectativa é de crescimento moderado da economia, com pressão inflacionária limitando avanço das classes D e E.
Brasil voltar a ser um país de classe média em 2024, com 50,1% dos domicílios acima da classe C. Estima-se que essa parcela suba para 54,8% em 2034, enquanto classes D/E devem recuar de 49,9% para 45,2%.
O estudo da Tendências Consultoria projeta um crescimento econômico moderado, acima de 2%, com desaceleração em 2025 e 2026, mas recuperação em 2027. A reforma tributária e a queda da taxa de juros, atualmente a mais alta em quase 20 anos, são fatores positivos.
Expectativa de expansão da classe A devido ao aumento da poupança e da dinâmica do mercado de trabalho, que favorece classes B e C. Classes D/E, por outro lado, enfrentam pressão inflacionária.
Alessandra Ribeiro, da Tendências, prevê um crescimento econômico moderado e uma queda controlada nos juros. “A classe A acumula mais poupança e empregadores, favorecendo sua ascensão”, explica.
A última vez que mais da metade dos lares brasileiros esteve nas classes A, B e C foi em 2015. A recessão comprometeu essa situação, resultando em oito anos de domicílios majoritariamente nas classes D e E.
Projeções indicam que a classe A subirá de 4,3% em 2024 para 5,1% em 2034. A classe B deve passar de 14,8% para 16,7% e a classe C de 31% para 32,9%.
Educação e fiscalidade são desafios significativos. Ribeiro observa que não se vislumbra uma reforma educativa eficaz. A relação entre a dívida pública e o PIB continua em ascensão, afetando as expectativas de consumo e renda.
A classificação das classes de renda é baseada na renda domiciliar mensal e não conta com estatísticas oficiais precisas no Brasil; a Tendências é uma das poucas a classificar as classes de renda.
Em 2024, famílias na classe D/E têm renda abaixo de R$ 3,4 mil por mês; as da classe A são aquelas com rendimentos acima de R$ 25,6 mil. Até 2034, a classe A terá rendimentos mensais acima de R$ 36.682 e classes D/E abaixo de R$ 4.884.