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Contratação de Campos Neto pelo Nubank causa mal-estar nos bancões

Roberto Campos Neto se prepara para assumir cargos no Nubank após sua saída do Banco Central, gerando polêmica sobre conflitos de interesse. A medida levanta questões sobre a influência do ex-presidente do BC nas regulamentações que beneficiaram a fintech durante seu mandato.

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, deve se tornar o primeiro a retornar ao mercado após deixar o cargo, ao aceitar um convite do Nubank. Ele atuará como diretor de Políticas Públicas, vice-chairman e membro do conselho, a partir de 1º de julho, após cumprir sua quarentena.

Os ex-presidentes anteriores, Alexandre Tombini e Ilan Goldfajn, seguiram caminhos diferentes após suas gestões. Tombini se tornou diretor-executivo do FMI e representante-chefe do BIS, enquanto Goldfajn assumiu o Credit Suisse e depois o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Outros ex-presidentes como Henrique Meirelles e Armínio Fraga também tiveram trajetórias distintas após seus mandatos. Meirelles presidiu o conselho da Autoridade Olímpica e foi ministro da Fazenda, enquanto Fraga fundou a gestora Gávea Investimentos.

A chegada de Campos Neto ao Nubank gerou desconforto em grupos bancários, com alegações de potencial conflito de interesse. Fontes afirmaram que seu mandato favoreceu a fintech em discussões regulatórias. O Nubank, sendo a maior fintech do Brasil, se destacou com mudanças de regulação implementadas pelo BC durante sua gestão, como o lançamento do Pix.

Contudo, houve críticas de que o BC adotou regras mais rigorosas para o Nubank, incluindo exigências de capital e limites de tarifas, impactando sua receita.

Vale destacar que não há ilegalidade na entrada de Campos Neto no Nubank após a quarentena, uma vez que ele ainda não aceitou oficialmente os cargos. O Nubank não se manifestou sobre a situação.

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