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COP 30: as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico

Críticos alertam que ações do governo brasileiro podem agravar a crise climática. Especialistas destacam a urgência de reverter práticas que aumentam as emissões de gases do efeito estufa.

Embargado até 20 de março, às 18h de Londres

O governo brasileiro recebe críticas antes da COP 30, que será realizada em novembro em Belém do Pará. Um editorial na revista Science destaca que, exceto pelo Ministério de Meio Ambiente, outros setores promovem atividades que aumentam as emissões de gases estufa.

Citam o projeto do Ministério dos Transportes para recuperar a BR-319, que poderá facilitar o desmatamento na Amazônia. Alertam que a vasta área exposta "contém carbono suficiente" para agravar o aquecimento global.

O editorial critica também o subsídio do Ministério da Agricultura para converter pastagens em plantações de soja, incentivando o desmatamento ao elevar o valor da terra.

Além disso, mencionam a abertura de novos campos de petróleo pelo Ministério de Minas e Energia, que, segundo eles, é "a fórmula para um desastre climático." Alertam que isso iria contra recomendações da Agência Internacional de Energia.

Os cientistas enfatizam que a mudança climática deve ser abordada urgentemente, considerando os impactos catastróficos que o Brasil enfrentaria, como a perda da Floresta Amazônica e o aumento da frequência de secas extremas.

Para que a COP 30 tenha sucesso, eles propõem não apenas conter o desmatamento, mas também realizar uma transição rápida para o fim do uso de combustíveis fósseis. Defendem uma "mudança radical" nas políticas do governo.

Em resposta, o Ministério do Transporte afirma que as políticas ambientais são definidas pelo Ministério de Meio Ambiente. O Ministério de Minas e Energia ressalta que a pesquisa em áreas de exploração está longe da Floresta amazônica e conduzida com rigor ambiental, defendendo a importância do petróleo na matriz energética até 2050.

O Ministério da Agricultura não se manifestou até o momento da publicação.

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