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COP30: Entre o pré-sal e a agenda verde, Brasil busca um modelo de negócio

Brasil apresentará soluções em bioenergia na COP30, mesmo enquanto intensifica investimentos em petróleo. A dualidade da Petrobras simboliza um dilema entre desenvolvimento econômico e compromisso ambiental.

Brasil na COP30: O país será palco de um paradoxo climático ao se apresentar como o maior investidor em petróleo na América Latina e uma potência em bioenergia.

A Petrobras simboliza essa dualidade. Nos últimos dois anos, a estatal aprovou investimentos recordes de mais de R$ 500 bilhões para exploração de petróleo até 2029, enquanto discursa sobre transição energética.

O empresário Dan Ioschpe, da COP30, vê uma oportunidade nessa contradição, destacando soluções sustentáveis para transporte. No entanto, o desafio é vender essa narrativa a um público cético quanto às promessas climáticas das petroleiras.

Em 2024, a Petrobras descobrirá novos poços no pré-sal, com potencial de 2 bilhões de barris. A preocupação dos ambientalistas é que esses investimentos ocorrem enquanto o phase out dos combustíveis fósseis ganha força globalmente.

O diretor-executivo do Pacto Global da ONU, Guilherme Xavier, ressalta que o Brasil deve considerar sua realidade local e os desafios de emissões, que estão mais ligados ao desmatamento.

O Brasil é responsável por 25% da produção global de etanol, com uma matriz de carbono 90% menor que a gasolina. Essa é uma oportunidade que Ioschpe quer destacar na COP30.

Apesar do investimento em bioenergia de R$ 15 bilhões da Petrobras, os desafios financeiros para escalá-las ainda persistem, com bancos vendo o setor como arriscado.

A COP30 é uma chance para o Brasil mostrar que é possível ser um grande produtor de petróleo e um líder em soluções climáticas. A estratégia é destacar avanços em bioenergia e agricultura de baixo carbono.

IOSchpe afirma que o desafio é equilibrar o desenvolvimento econômico e a mitigação ambiental. Xavier acrescenta que o enfoque deve incluir questões sociais e ambientais.

A conferência revelará se o Brasil pode convencer o mundo que essa dualidade é uma vantagem competitiva ou uma contradição no futuro energético do país.

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