Copom deve elevar juros a 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos
Com aumento esperado da Selic para 14,75%, Banco Central reforça estratégia de combate à inflação. Expectativas indicam ciclo de juros altos se prolongando até 2025.
Copom anuncia aumento da Selic nesta quarta-feira (7), consolidando ciclo de alta que dura oito meses.
A expectativa é de uma elevação de 0,5 ponto percentual, elevando a Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2006.
A nova taxa se iguala à de julho de 2006, mas agora com o movimento de aperto, ao contrário de um possível corte naquela época.
A elevação da Selic visa conter a inflação, que acumula alta de 5,48% nos últimos 12 meses, superando a meta oficial de 3% (teto de 4,5%). O Banco Central aponta 70% de chance de descumprimento da meta.
O cenário global é influenciado por inseguranças como a guerra comercial entre EUA e China e as políticas do Federal Reserve. Embora haja pressão para cortes de juros nos EUA, espera-se que o Fed mantenha sua taxa entre 4,25% e 4,50% nesta “superquarta”.
As perspectivas para a política monetária divergem: alguns analistas acreditam que haverá um ajuste final de 0,25 ponto em junho, elevando a Selic a 15% ao ano, enquanto outros veem a alta desta quarta como o fim do ciclo.
O aumento da Selic eleva o custo de crédito, desestimula consumo e investimentos, e pode frear a atividade econômica. A taxa de desemprego subiu para 7% no primeiro trimestre, mas ainda é a menor desde 2012, e a renda média da população está em nível recorde, sustentando o consumo.
Com a nova decisão, as projeções de juros para 2025 caíram para 14,75% ao ano, sendo a primeira revisão para baixo após 16 semanas. No entanto, não se espera que os juros voltem a um dígito antes de 2028.
A decisão do Copom será divulgada no fim da tarde desta quarta-feira.