Copom e eleições
Copom sinaliza cortes na taxa Selic para 2026, mesmo com inflação elevada. Histórico de decisões menos restritivas em períodos eleitorais se repete, reforçando padrões estabelecidos nas últimas duas décadas.
Copom e Pressões Políticas
O Copom (Comitê de Política Monetária) tem enfrentado pressões políticas em suas decisões sobre taxas de juros, especialmente durante períodos eleitorais ao longo dos últimos 20 anos. As decisões tendem a ser menos restritivas, caracterizadas como dovish, ao invés de hawkish.
A ata da reunião do Copom, divulgada em 24 de junho de 2025, sugere que em 2026 será encerrado o atual ciclo de altas na taxa Selic, que deve permanecer em 15% até o fim de 2025. Espera-se que a Selic seja reduzida para 12,5% até o final de 2026.
Analistas projetam cortes já na 1ª reunião do Copom em 2026, em janeiro ou março. Isso ocorre mesmo com a inflação prevista em 3,5%, acima do centro da meta.
Históricos mostram que o Copom já interrompeu ciclos de alta de juros em anos eleitorais, como nos anos de 2002, 2010, 2014 e 2022, mesmo com a inflação acima da meta.
Em 2022, sob a presidência de Roberto Campos Neto, a Selic subiu para 13,75%, mas a trajetória de alta foi interrompida em um contexto inflacionário. O ciclo de cortes começou em 2023, reduzindo a Selic a 10,50% em maio de 2024.
As semelhanças entre 2022 e 2026 incluem a autonomia formal do Banco Central e o início de cortes na taxa, mesmo com expectativa de inflação elevada em ano eleitoral.