Copom indica fim do ciclo de alta da Selic em ata, mas mantém tom cauteloso
Banco Central eleva taxa Selic para 15% ao ano, o maior nível desde 2006. Apesar da alta, Copom sinaliza que ciclo de elevações pode estar próximo do fim devido a pressões inflacionárias e resiliência econômica.
Banco Central divulga a ata da última reunião do Copom em 24 de outubro, onde a taxa Selic foi elevada de 14,75% para 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006.
A alta é a sétima consecutiva desde setembro de 2022, acumulando 4,5 pontos percentuais no período. A decisão foi unânime e baseada em pressões inflacionárias persistentes, resiliência econômica e cenário externo incerto.
Segundo a ata, o Copom sinaliza que o ciclo de alta pode estar se aproximando do fim, com a intenção de manter o patamar atual por um “período bastante prolongado”. Novas elevações ocorrerão apenas em caso de deterioração significativa do cenário.
O objetivo do BC é levar a inflação à meta de 3% ao ano, mas projeções indicam 4,9% para 2024 e 3,6% para 2026. O mercado prevê 5,25% em 2025 e 4,5% em 2026.
A ata ressalta que os núcleos da inflação continuam elevados, indicando pressão de demanda. O impacto total da política monetária ainda não foi totalmente sentido, em razão da defasagem entre os juros e seus efeitos.
A atividade econômica se mantém forte, com um mercado de trabalho aquecido, mas há sinais de desaceleração no crédito. Isso diminui a margem para flexibilizações monetárias a curto prazo.
No cenário Internacional, o BC menciona incertezas como o conflito no Oriente Médio e os efeitos da guerra comercial dos EUA. Destaca a necessidade de alinhamento entre a política fiscal e monetária para garantir a credibilidade do controle inflacionário.