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Coreia do Sul proíbe carne de cachorro: o que acontece agora com os animais?

Criadores de cães para abate enfrentam desafios crescentes com a proibição da carne de cachorro na Coreia do Sul. A nova legislação gera incertezas sobre o futuro dos animais e a sobrevivência dos negócios no setor.

Reverendo Joo Yeong-bong enfrenta dificuldades em seu negócio de criação de cães para abate. Desde o verão passado, tenta vender seus cães, mas os comerciantes hesitam devido a uma nova proibição na Coreia do Sul que proíbe a venda de carne de cachorro a partir de 2024.

A legislação histórica foi aprovada em janeiro de 2023, dando prazo até fevereiro de 2027 para que os criadores encerrem suas operações.

Muitos alegam que o tempo é insuficiente e que não há salvaguardas adequadas para os criadores e cerca de 500 mil cães em cativeiro. Especialistas também apontam problemas na aplicação da lei e nos cuidados com os cães resgatados.

Joo, presidente da Associação Coreana de Cães para Consumo, revela que a situação é desesperadora: "Estamos nos afogando em dívidas".

Outro criador, Chan-woo, tem 18 meses para se livrar de 600 cães, sob pena de prisão. Ele critica a falta de planos do governo para os cães que sobraram. "Eles aprovaram a lei sem um plano real", diz Chan-woo.

Enquanto abrigos superlotados fazem face a essa situação complexa, crescem as preocupações sobre a eutanásia de cães resgatados.

Grupos de direitos dos animais, como a Humane World for Animals Korea, tentam encontrar soluções, mas a eutanásia tem sido considerada a única opção para cães sem lar.

O governo sul-coreano anunciou que está investindo 6 bilhões de won por ano em abrigos, mas muitos acreditam que os planos para os cães são insuficientes.

A proibição do consumo de carne de cachorro é um tabu crescente na Coreia do Sul. Uma pesquisa de 2024 revelou que apenas 8% da população havia consumido carne de cachorro no último ano.

Desde o anúncio da proibição, 623 das 1.537 fazendas de cães foram fechadas. A transição para os criadores é difícil, e muitos temem a pobreza e uma vida incerta.

Histórias como a de Joo e Chan-woo revelam que muitos estão em um impasse, tentando lidar com a nova realidade de forma gradual. A incerteza sobre o futuro suscita preocupações sobre o que acontecerá até 2027.

Joo conclui: "Até 2027, eu realmente acredito que algo terrível vai acontecer".

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