Corredor regenerativo para salvar o café

Preço do café arábica dobrou nos últimos 24 meses, conforme a Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Aumento está relacionado a fatores climáticos repetidos ao longo de 4 anos que afetam a produção.

A seca prolongada reduz a produtividade, especialmente em Minas Gerais, maior produtor do Brasil. Desde a década de 1980, o Cerrado enfrenta atraso de 36 dias na estação chuvosa e uma redução de 8,6% na precipitação.

A Conab prevê uma queda de 11,6% na produção de Minas Gerais para 2025, totalizando 24,8 milhões de sacas, devido à bienalidade e à seca.

Para enfrentar a crise, o Consórcio Cerrado das Águas (CCA) propõe uma abordagem de “paisagem regenerativa conectada”, unindo práticas agrícolas sustentáveis à preservação da biodiversidade.

O CCA, apoiado por empresas como Nespresso e Starbucks, mapeou cerca de 2.000 propriedades para estabelecer um corredor regenerativo. As ações visam metas de mitigação de gases de efeito estufa.

Além de restaurar o solo, a agricultura regenerativa promove conservação de água e redução de emissões, mitigando os impactos climáticos.

O projeto busca conectar APP com práticas agrícolas, reduzindo riscos climáticos e assegurando a sustentabilidade da cafeicultura. A ação conjunta facilitará resultados positivos sobre o clima regional.

O uso de tecnologias de sensoriamento remoto permitirá monitorar mudanças no solo, identificar áreas prioritárias e planejar a adaptação às mudanças climáticas.

Marcelo Urtado, presidente do CCA, destaca que o consórcio demonstra como a preservação e a produção podem coexistir e impactar positivamente o meio ambiente.

O Cerrado abrange 2 milhões de km² e representa cerca de 60% da produção agrícola brasileira. Contudo, enfrenta desafios de degradação e desmatamento.

O evento “Paisagem Regenerativa do Cerrado Mineiro” ocorrerá em Brasília no dia 15 de abril, com apoio do Sebrae Minas e do CEPF.