Correios têm mais de R$ 40 milhões em dívidas protestadas em cartório, com destaque para Fortaleza
Correios enfrentam crise financeira e acumulam R$ 41,59 milhões em dívidas protestadas. A maior parte dos débitos é concentrada no Ceará, com Fortaleza liderando os protestos por valores tributários.
Correios enfrentam dívidas protestadas de R$ 41,59 milhões em cartórios de 23 estados brasileiros, com 68% do total concentrado no Ceará (R$ 28,44 milhões).
Na capital Fortaleza, destacam-se três grandes protestos: R$ 10,1 milhões, R$ 9,7 milhões e R$ 7,2 milhões, todos relacionados a dívidas tributárias com a prefeitura.
A empresa afirma que a maior parte das dívidas data de 2004 e estão sob contestação. Os protestos foram gerados por taxas e tributos, incluindo casos que desconsideram a imunidade tributária dos Correios, prevista na Constituição.
Esse cenário financeiro se agrava com a anunciada saída do presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, em meio a pressões para reestruturação da empresa.
A Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza informa que os protestos são relacionados ao ISS (Imposto sobre Serviços) e detalha que as maiorias são registros de 2004 a 2012.
Dívidas também ocorrem em outros estados, como no Distrito Federal (R$ 2,86 milhões) e no Rio Grande do Sul, onde 70 cidades têm protestos registrados. Cidades menores, como Boquira e Victor Graeff, também apresentam dívidas protestadas.
Os Correios relataram prejuízos crescentes, com prejuízos de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, impactados pela queda de receitas e aumento de custos operacionais.
O Sintect-SP alertou sobre paralisações e dificuldades operacionais, incluindo atrasos em pagamentos de aluguel e encomendas acumuladas, enquanto a empresa prepara um plano de cortes de R$ 1,5 bilhão em 2025.