Cortes de Trump levaram a ONU a ter de provar seu valor para o mundo, diz vice-diretora da FAO

Ribeirão Preto, SP - O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu entidades internacionais ao reduzir drasticamente a ajuda externa e praticamente fechar a Usaid, a agência de apoio internacional dos Estados Unidos. Isso impactou a ONU e a FAO, que precisaram encerrar muitos programas.

A FAO, com mais de 125 projetos financiados pela Usaid, viu quase 100 serem encerrados, afetando a assistência técnica a agricultores ao redor do mundo. Beth Bechdol, vice-diretora geral da FAO, ressalta que cada vez mais, doadores tradicionais estão questionando o retorno de seus investimentos em programas da ONU.

A necessidade de demonstrar o valor dos investimentos da FAO é crucial, especialmente diante do impacto da ajuda na segurança alimentar global. Com as mulheres representando 36% da força de trabalho no sistema agroalimentar, elas enfrentam desigualdades salariais e dificuldades no acesso à terra e financiamentos.

A FAO luta contra a alta dos preços dos alimentos provocada por tensões de oferta e demanda. A estratégia envolve a promoção do comércio intra-regional e a diversificação da produção. Problemas de acessibilidade de alimentos, e não de disponibilidade, são destacados.

O Brasil, membro da FAO, assume papel importante na segurança alimentar, promovendo sinergias entre produtividade, tecnologia e práticas sustentáveis. A liderança do Brasil é esperada nos eventos internacionais, como a reunião do Brics e a COP30, buscando compromisso global contra a fome.

A colaboração entre o Sul e o Norte Global em tecnologia e inovação é fundamental para traduzir conhecimentos em ações práticas para agricultores em regiões críticas, como a África e o Sudeste Asiático.