Cotado a papa, cardeal asiático é criticado por silêncio sobre abuso sexual e drogas nas Filipinas
Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle enfrenta críticas por sua abordagem tímida em relação ao abuso sexual clerical e à guerra às drogas nas Filipinas. Considerado um potencial sucessor do Papa Francisco, sua candidatura refletiria uma mudança significativa no papado.
Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, das Filipinas, nunca aspirou ser padre e expressa insegurança em relação ao papado. Ele sofre, segundo ele mesmo, da síndrome do impostor. Quando questionado sobre se poderia ser o primeiro Papa asiático, ele reitera que isso é impossível.
Tagle, de 67 anos, é um dos cardeais mais cotados para suceder o Papa Francisco, sendo o principal nome da Ásia. Sua eleição marcaria uma significativa mudança na Igreja Católica Romana, que tem sua origem fortemente ligada à Europa.
Atualmente, ele supervisiona o trabalho missionário no Vaticano e é conhecido como "Chito", referindo-se a sua habilidade em se conectar com os pobres e sua postura em temas sociais, como as mudanças climáticas.
No entanto, Tagle enfrenta críticas por sua timidez em abordar assuntos como o abuso sexual clerical e a wóra à droga na Filipinas sob o governo de Rodrigo Duterte. O grupo Rede de Sobreviventes de Abusados pediu investigações sobre sua conduta relacionada a casos de abuso em várias regiões.
Ele também foi criticado por não ter enfrentado Duterte sobre a guerra às drogas. O reverendo Robert Reyes apontou que sua falta de ação poderia ter poupado vidas. Tagle, embora tenha pedido pelo fim da violência, não confrontou diretamente o ex-presidente.
No que diz respeito ao abuso sexual clerical, ele afirma que os relatos das vítimas o afetam e que estas devem buscar justiça por meio da Igreja. Sua abordagem é vista como contribuir para a cultura de impunidade na Igreja das Filipinas.
Apesar das críticas, ele defende seu estilo de liderança, inspirado por Papa Francisco, e insiste na importância de empaquecer a compreensão e o perdão.