CPI das Bets quer indiciar Virgínia, Rico e outros influencers, mas votação é incerta
CPI das Bets investiga influenciadores por possíveis infrações ao Código de Defesa do Consumidor. Relatora expressa preocupação com a falta de quórum e a resistência de senadores em avaliar o relatório final.
CPI das Bets está considerando incluir no relatório final, da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pedidos de indiciamento da influenciadora digital Virgínia Fonseca e de outros influenciadores que promovem sites de apostas.
Os senadores acreditam que há indícios de violação ao Código de Defesa do Consumidor devido à falta de identificação das publicações como publicidade. Além disso, analisam a possibilidade de enquadrar alguns influenciadores em crimes como estelionato.
Apesar da intenção de incluir influenciadores no relatório, é provável que o texto nem seja apreciado pela comissão, devido a um movimento da “bancada das bets” para esvaziar a CPI. A relatora expressou preocupação com a falta de quórum nas votações.
Nesta quarta-feira (14), a CPI ouviu o depoimento do influenciador Rico Melquíades, que afirmou que firma contratos de publicidade com empresas de apostas porque “a legislação assim o permite”. Ele conta com 10 milhões de seguidores.
Ambos influenciadores, Virgínia (53 milhões de seguidores) e Rico, tentaram minimizar implicações negativas sobre apostadores, defendendo que promovem o jogo responsável.
A senadora Soraya Thronicke criticou o estilo jovial de vestimenta de Virgínia. “Adolescentes não podem jogar. Deveriam se comportar e atrair um público que tenha comportamento menos jovial”, comentou.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também criticou a atitude de Virgínia durante a audiência, insinuando que suas aparições são muito elaboradas para vender produtos.
Após a finalização, os relatórios finais das CPIs são enviados para investigações da polícia e do Ministério Público. A CPI das Bets tem previsão de encerrar seus trabalhos em 14 de junho.