Crédito consignado privado decolará? Veja quais bancos podem se destacar
Nova regulamentação promete facilitar acesso ao crédito consignado privado, mas analistas destacam que desafios operacionais e riscos podem limitar seu impacto. Espera-se um crescimento significativo do mercado de crédito, com ampliação da concorrência entre instituições financeiras.
Regulamentação do crédito consignado para trabalhadores do setor privado foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 12 de setembro de 2025.
A Medida Provisória nº 1.292/2025 visa ampliar a oferta de crédito com juros mais baixos, segundo a Genial Investimentos.
O novo modelo inclui:
- Uso do FGTS e da multa rescisória para quitação da dívida;
- Transferência do saldo devedor para um novo empregador;
- Desconto das parcelas na folha de pagamento, limitado a 35% do salário.
Atualmente, o crédito consignado privado conta com um saldo de R$ 39,7 bilhões, inferior ao crédito pessoal não consignado (R$ 322,6 bilhões) e ao consignado para funcionários públicos (R$ 365 bilhões).
A expectativa é que o saldo quadruplica, chegando a R$ 120 bilhões em quatro anos, mas a participação no mercado total de R$ 6,43 trilhões permanecerá baixa.
O sistema será implementado em etapas, com destaque para:
- 21 de março de 2025: bancos poderão operar;
- 25 de abril: migração de empréstimos consignados ativos;
- Junho: portabilidade e garantias ativas.
O modelo busca eliminar barreiras e oferecer acesso mais fácil ao crédito, com a expectativa de que até 50 milhões de trabalhadores sejam beneficiados.
No entanto, a Genial indica que o sistema enfrenta desafios operacionais e riscos de inadimplência, especialmente em um mercado de trabalho dinâmico.
Bancos dominantes, como Santander e Itaú, que controlam 60,4% do mercado de consignado privado, devem desenvolver estratégias para manter participação diante de novos concorrentes.
O novo sistema terá um marketplace na Carteira de Trabalho Digital e permitirá simulações diretas para trabalhadores, com análise de elegibilidade pela Dataprev.
Por fim, a regulamentação espera aumentar a concorrência e reduzir custos, substituindo empréstimos pessoais mais caros por créditos consignados com juros menores.