Crise com os Estados Unidos deve deixar o Brasil ainda mais perto da China
Medida de Trump gera reações fortes do governo brasileiro e acelera aproximação com a China. Brasil considera retaliar tarifas e reforçar laços comerciais em resposta às ações unilaterais dos EUA.
Imposição de Tarifa de 50%
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válidas a partir de 1º de agosto. A decisão, considerada surpreendente pelo governo brasileiro, é justificada por Trump com alegações de déficit comercial e críticas ao Judiciário do Brasil.
Desde o anúncio, não houve novos contatos entre os governos para negociação. O canal de diálogo aberto em março, para discutir as tarifas de aço e alumínio, foi interrompido. Ingressos do governo brasileiro indicam que as conversas futuras podem ser mais complicadas.
Na carta a Lula, Trump citou "ataques insidiosos" do Brasil contra as eleições dos EUA e justifica a sobretaxa como resposta a relações comerciais, que ele considera “injustas”.
Trump também anunciou uma investigação da Seção 301, visando "práticas comerciais desleais" do Brasil, e ameaçou retaliar qualquer aumento de tarifas do Brasil. A legislação dos EUA permite sanções contra parceiros comerciais sob esta seção.
Reação do Brasil
Lula respondeu que o Brasil "não aceitará ser tutelado" e que reagirá com base na Lei da Reciprocidade Econômica. O governo classificou a carta de Trump de “ofensiva” e “inaceitável”, destacando a autonomia do Judiciário brasileiro.
Possíveis retaliações incluem ações na Organização Mundial do Comércio ou medidas como cassação de patentes de produtos culturais americanos.
Aproximação com a China
A reação de Trump é vista como um fator para o Brasil estreitar laços políticos e econômicos com a China. Já, a China defendeu o Brasil, caracterizando a ação de Trump como um “abuso”.
Recentemente, o governo chinês aprovou financiamiento para a Ferrovia Bioceânica, um projeto que conectará o Brasil ao Oceano Pacífico, facilitando exportações para a Ásia e visando reduzir a dependência de rotas tradicionais.
Essa mudança promete impactar a logística de exportação do Brasil e fortalecer suas relações comerciais com a China, enquanto o governo brasileiro busca diversificar seus parceiros internacionais em resposta à postura de Trump.
Geopolítica em Mudança
As ameaças de Trump, incluindo tarifas sobre países do Brics, fortalecem a estratégia do Brasil de promover um relacionamento mais próximo com a China, enquanto navega por um cenário global complexo e desafiador.
Publicada por Felipe Dantas
Reportagem produzida com auxílio de IA