Crise da Ferj pode afetar demais Unimeds do Rio
Crise financeira na Unimed Ferj coloca em risco 18 cooperativas médicas e 1,1 milhão de usuários. Dívidas acumuladas superam R$ 6 bilhões, gerando tensões e atrasos nos pagamentos a hospitais.
Crise financeira na Unimed Ferj ameaça cooperativas médicas do Rio de Janeiro.
A Unimed Ferj, que assumiu a operação da Unimed-Rio em maio do ano passado, enfrenta dívidas que superam R$ 2 bilhões com hospitais e outros estabelecimentos de saúde.
Além disso, há R$ 4,7 bilhões em débitos tributários e administrativos que podem implicar as 18 cooperativas associadas à federação como devedoras solidárias.
O risco é de que, se a Unimed Ferj fechar, as cooperativas locais assumam essas dívidas, afetando 1,1 milhão de usuários de planos de saúde Unimed, ou 19,5% do total no Rio de Janeiro.
A Unimed Leste Fluminense, a segunda maior cooperativa, já declarou que a Ferj deve R$ 32,2 milhões por serviços prestados. Há reclamações sobre a dificuldade no ressarcimento por atendimentos fora da área coberta e da comercialização de planos além de sua abrangência.
Segundo a Unimed Ferj, sua comercialização está em conformidade com as diretrizes, mas houve notificações no Ministério Público por atrasos de pagamento. As dividas acumuladas são majoritariamente da antiga Unimed-Rio, com apenas R$ 400 milhões oriundos da nova gestão.
A ANS prorrogou o prazo do Termo de Conduta até 2029, mas a dívida cresceu e a operadora foi a mais reclamada no ranking da ANS.
Embora a Unimed Ferj tenha informado que 66% da dívida de R$ 1,6 bilhão foi repactuada, a situação dramática do sistema de saúde na região é marcante, com relatos de atrasos nos pagamentos e riscos ao atendimento dos beneficiários.