Crise do império do coco: Ducoco propõe a credores pagar 10% da dívida

Grupo Ducoco, tradicional no mercado de água e derivados de coco, está em recuperação judicial desde março, com dívida estimada em R$ 670 milhões.

A empresa propõe pagar apenas 10% do valor devido, em parcelas trimestrais, com carência de 24 meses para o início dos pagamentos.

Fundada em 1982 e vendida para a Malibu Holding em 2020, a Ducoco aguarda a votação do plano por seus credores, que envolve duas unidades produtivas (Ceará e Espírito Santo) e os CNPJs Ducoco Alimentos e Ducoco Produtos Alimentícios.

O plano propõe alternativas de reestruturação, como a venda ou arrendamento da empresa, e deverá ser aprovado pela maioria dos credores.

Se a venda ocorrer, os credores receberão seus créditos com deságio de 80% em relação ao valor original, enquanto o arrendamento terá prazo mínimo de 36 meses.

As parcelas de pagamento serão corrigidas pela TR e terão juros de 0,2% ao ano.

O plano também inclui um leilão reverso, permitindo que credores ofereçam descontos em troca de pagamentos antecipados.

Cerca de 1.547 créditos estão envolvidos, incluindo de instituições como Banco do Brasil e Itaú Unibanco.

A Ducoco, precisando de aprovação para seu plano de recuperação, espera retomar crescimento a partir de 2027, justificando a carência proposta.

Além disso, a empresa pretende contrair um empréstimo DIP para auxiliar na reestruturação, apesar da desconfiança das instituições financeiras em conceder créditos a empresas em dificuldades.

A recuperação judicial da Ducoco é acompanhada pela Justiça do Ceará e poderá ser alterada após discussões com os credores.

O PRJ também destaca fatores que levaram à crise financeira, como modelos de crédito disponíveis e concorrência com produtores de coco da Colômbia.

A situação complexa e a necessidade de reestruturação destacam os desafios que o Grupo Ducoco enfrenta no mercado.