Criticada por Trump, energia solar registra avanço nos EUA em 2024
Capacidade de energia solar nos EUA supera outras fontes pela primeira vez em 20 anos, apesar das críticas do secretário de energia. O aumento ocorre em um contexto de crescimento da demanda de eletricidade e elevação dos custos.
A rede elétrica dos EUA registrou um aumento significativo na capacidade de energia solar em 2024, superando todas as outras fontes de eletricidade em mais de 20 anos, segundo um relatório divulgado em 11 de abril.
O relatório, da Associação das Indústrias de Energia Solar e da Wood Mackenzie, revelou que aproximadamente 50 gigawatts de nova capacidade solar foram adicionados no ano anterior. Isso contrasta com as afirmações do novo secretário de energia dos EUA, Chris Wright, que criticou a energia solar e eólica durante a CERAWeek, dizendo que essas fontes não atenderiam à demanda crescente por eletricidade e aumentariam os custos.
Wright, juntamente com ex-presidente Donald Trump, tem sido um crítico da energia renovável, enquanto Joe Biden a defende como uma solução para as mudanças climáticas. Wright argumentou que não há como as energias renováveis substituírem o gás natural em várias aplicações.
Por outro lado, defensores da energia limpa celebraram as conquistas da energia solar, como a presidente da associação solar, Abigail Ross Hopper, que destacou a necessidade de eletricidade suficiente para suportar o crescimento de centros de dados. O executivo da NextEra Energy, John Ketchum, também reconheceu que as renováveis estão aptas a fornecer eletricidade rapidamente.
Aumento nos custos da eletricidade foi notado, atingindo US$ 162,60 em média por 1.000 quilowatts-hora em dezembro de 2024, alta de 4% em relação ao ano anterior. As tarifas são afetadas pelos custos de petróleo e gás natural e pela necessidade de modernizar as redes elétricas.
A demanda por eletricidade deverá aumentar em 55% nos próximos 20 anos, impulsionada principalmente pelo crescimento dos centros de dados e da manufatura. Especialistas alertam que, apesar dos obstáculos, é crucial focar em acessibilidade, confiabilidade e segurança energética, sem desconsiderar as mudanças climáticas. Ernest Moniz, ex-secretário de energia, enfatizou a importância de avançar para um futuro de baixo carbono.