Criticado por ida à Rússia, Lula tenta voltar da China com vitória econômica
Lula busca fortalecer laços comerciais com a China enquanto enfrenta críticas por sua participação em eventos com líderes autocráticos. A missão está focada em ampliar parcerias estratégicas e posicionar o Brasil em um papel de mediador nas discussões globais.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Pequim sob pressão internacional após participar das comemorações da vitória soviética na Segunda Guerra.
A visita, iniciada neste sábado (10), visa colher resultados econômicos e virar a página da controvérsia, integrando uma estratégia diplomática para reforçar a posição do Brasil no cenário global.
A comitiva brasileira inclui ministros, autoridades e 200 empresários, com o objetivo de ampliar parcerias com a China, especialmente nas áreas de agronegócio, tecnologia e infraestrutura.
Com as tarifas altas entre Estados Unidos e China, o Brasil vê uma oportunidade para se destacar na exportação de carnes, grãos e biotecnologia agrícola, conforme indicado pela ApexBrasil, que identificou 400 oportunidades de negócios.
Além das questões comerciais, Lula encontrará o presidente Xi Jinping e participará do IV Fórum China-Celac, discutindo reformas da governança global e regulação de temas como inteligência artificial e mudanças climáticas.
A China representa cerca de um terço das exportações brasileiras e é um dos principais investidores no Brasil, especialmente em energia e infraestrutura.
Apesar do foco na diplomacia econômica, a visita é marcada por críticas à presença anterior de Lula em Moscou, onde participou de um desfile militar. Lula defendeu sua postura e reiterou o desejo de um fim pacífico do conflito Rússia-Ucrânia.
O Brasil busca uma posição de mediador e protagonista nas discussões sobre a ordem internacional, com a China como parceira-chave nesse esforço.